sábado, 5 de dezembro de 2009

Nusa Lembongan em jeito de despedida

Fogo, gostei mesmo desta terrinha. Imagens fantasticas, fotos faceis de tirar porque fotogenica. Nusa Lembongan e uma surpresa agradavel porque inesperada. Encontra-se o encanto porque se fica e nao se parte na manha seguinte assustado com o there`s nothing to do here, como ouvi tantas vezes. Descobre-se a ilha percorrendo-a e encontrado os recantos, as pessoas, muito timidas numa primeira impressao, mas que nos convidam a entrar por sua casa dentro para uma fatia de manga, enquanto se espera que a chuva passe. Descobre-se uma ilha diferente dos resorts para lua de mel que se veem ao longe, dos turistas que sabes que estao la, mas que tu nao vez porque apenas metidos dentro de hoteis ou nos programinhas ja comprados.

Foi um descobrir da enorme desigualdade entre as pessoas da aldeia que apenas vivem das algas que cultivam no mar, e que passam a vida com o mar pela cintura e num vai-e-vem entre o mar e a praia, com cestos carregados de algas verdes e castanhas para nos (os ocidentais e os japoneses) comprarmos um saquinho de algas algures num supermercado caro perto da nossa confortavel casa. Foi descobrir a imensa desigualdade entre essas pessoas e os outros, os que recebem turistas que mal espreitam o outro lado da ilha. Onde o dinheiro lhes aparece facil, dos turistas cheio de dinheiro para esbanjar em barcos de recreio.

Adorei andar estrada fora, com o sol quente a queimar e a pele suada, com uma mao a segurar o mapinha da ilha e percorrer todas as estradinhas da ilha e da outra, irma e quase colada, subir montes e ver de la tudo, o mar picado a escavar na rocha e as praias com areia branquinha de coral.

E no fim, em jeito de despedida, uma cerimonia. Mais uma. Mais um funeral, (desta vez eram dois!), e sim, ca os funerais sao muito mais importantes do que os casamentos ou nascimentos. Importam porque e o modo como partimos, com o sentido de deixarmos em aberto a proxima vida. As familias preparam a cerimonia com muita antecedencia e gastam imenso dinheiro. No fim participa toda a aldeia. Nesta, que demorou imensas horas, primeiro ha o esperar. E foi ai que encontramos, todos sentados debaixo de uma arvore sagrada, vestidos a rigor. Havia um andor preparado e quando se juntou gente (homens) suficientes, houve o levantar em peso o tal andor, e em conjunto tentarem leva-lo estrada acima ate ao local de cremacao. Uma tortura. Um vai e vem, com muito suor e adrenalina, acompanhado de musica que dava o tom e todos nos, a assitencia, a puxar pelos homens, a ver se era desta. Houve muitas tentativas abortadas. Demorou horas, e sentia-se o pulsar do esforco daqueles homens. Duma vez so la conseguiram e atras deles uma procissao enorme, com todos os apetrechos simbolicos que nao entendo e nao consigo que me expliquem.

Uma velhinha toda catita agarrada a mim, ria-se e dizia very hot e eu quase a sentir que sim, que iria descobrir dentro em pouco o que e um golpe de calor, porque depois de horas em cima de uma mota e com o sol a pique, so com o pequeno almoco ha tantas horas atras.... passou quando a multidao toda, envolvida pela musica subiu monte acima, alegres e as gargalhadas (e proibido chorar pelo morto porque o impede de voltar noutra vida).

O Miguel, confundido com um jornalista, de tanta foto, e de estar em cima do acontecimento. Eu, como sempre, sem bateria da maquina nos momentos mais importantes (e um deja vue recorrente) a saborear as pessoas, o costume, a tradicao que ali estava a ser representada.
Acabamos exaustos, a almocar as 5h da tarde no nosso warung do costume e um final do dia relaxante com mais um por do sol com todos os barquinhos ao longe a ficarem bem na foto.

Ui!! foi um dia intenso, nada programado e que me soube a fim de ferias.
Hoje acordei cedo. Os galos...uma constante das ferias, que cantas em disputa pelo melhor cucuru por volta das 5,30h da manha, um must experience e uma imagem de marca da Indonesia. Retive a imagem do mar, vazio e espelhado. E os barcos e as pessoas na sua azafama do nascer do dia, ja na agua. No seu ganha pao. As algas.

Escrevo de Kuta. A cena mais parecida com o Algarve. Fica a poucos metros do aeroporto e dai esta paragem. Fomos directos ao aeroporto, eu para checkar o meu visto ja caducado (no problem, miss!) e o Miguel para partir para Makassar. Sempre foi (acabou de ir), com o programa de festas ate Rantepao e espreitar por la o que eu ja vi e gostei.
Antes ainda houve um mergulho na minha piscina (sim, este hotel tb tem piscina.... e comeco a habituar-me a estes luxos por 14 euros) e um jogo de basquet na agua. Perdi!

Resta-me olhar para a minha mochila e tentar fazer dela o que nao e, espacosa! Faltam poucas horas para jantar e dormir.
Amanha comeco cedo o regresso com muitas horas em avioes e aeroportos. Espero nao morrer de frio em Londres (chego as 5.30h da manha e com muito pouca roupa vestida). Estou no Porto as 13:55h de segunda feira, cheia de vontade de fazer muitos miminhos nas minhas meninas e de regressar a minha casinha que ja tem prazo de validade, mas que e o meu cantinho.

Beijinhos a todos os que me acompanharam nestes dias. Tenho saudades de todos. Mas foi muito bom partir. Soube a muita coisa. Soube a viagem e a descoberta. Soube a refrexao. Soube a pausa que tanto precisei.

Ate ja,

Luisa.

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